IMPRESSÕES SOBRE SÃO PAULO: PRESERVAÇÃO

As casas modernistas, no entanto, apresentam um estado de conservação satisfatório. Na oportunidade de conhecermos os projetos em seu interior, ficou claro que a arquitetura é algo a ser vivenciado, pois há um abismo entre a experiência espacial e o conhecimento por fotos, que em muito nos engana quanto à espacialidade do projeto. Por isso, muitos projetos me surpreenderam, enquanto alguns não corresponderam à minha real expectativa.

Um dos projetos mais interessantes foi a casa de Artigas que mesmo com um desenho bastante simples e dimensões modestas conseguiu uma grande qualidade espacial, uma sensação de aconchego, de lar, elemento que me parece ser algo inerente à própria concepção de moradia, mas que raras vezes é conseguido ou mesmo objetivado pelos arquitetos.

A casa de Warchavchik, atinge este mesmo objetivo, porém em uma escala maior. Considerada a primeira casa modernista brasileira, a Warchavchik ainda preserva grande parte de seu desenho original, transformado atualmente no Parque Modernista, onde funciona um museu, possibilitando uma maior compreensão espacial se comparada à casa de Artigas, ocupada atualmente por uma floricultura. A integração do entorno é algo comum entre os dois projetos, evidenciado pela presença de grandes superfícies envidraçadas em seus desenhos.

transferi algumas vivências minhas, de menino paranaense, do sul do brasil, que tem sala e não sabe para quê. a convivência da família brasileira era na cozinha. enquanto, na casa tradicional paulista, a sala de jantar se dirigiu na direção do ‘living-room’, pelo processo de transformar duas salas em uma, eu fui para a tradição brasileira de integrar a cozinha à sala. segui caminho diverso. sei que perdi a parada. mas minha casa está lá. artigas 1942 . Fonte: vilanova artigas arquiteto. a cidade é uma casa a casa é uma cidade.